Williams Paddle-Ball #03: Desmontagem Completa para Restauração

Com o arcade Paddle-Ball, da Williams, devidamente testado – porém com o gabinete quebrado e precisando de restauração –, não demorei muito para desmontar toda a eletrônica. Meu maior receio era que o gabinete, sem a sustentação do fundo e com um tubo de TV pesado, pudesse se abrir, causando um prejuízo irreparável.

Paddle-Ball Arcade Game by Williams - Restore

Antes de iniciar a desmontagem de qualquer arcade, a melhor dica é realizar uma documentação fotográfica de todas as principais partes, especialmente amarrações de chicote e posicionamentos que serão difíceis de lembrar posteriormente.

Isso inclui registrar até mesmo eventuais trincas e quebras para documentação futura.

Paddle-Ball Arcade Game by Williams - Restore

Um sistema verdadeiramente interessante é este utilizado para a conexão de cabos de chicote. São espécies de tomadas macho e fêmea que funcionam de forma análoga aos conectores que passaram a definir o padrão dos arcades da década de 80 – MolexMate-N-Lok e similares.

Fiquei surpreso ao descobrir a variedade na quantidade e na distribuição dos pinos, sem contar as cores das capas – tudo isso para evitar que qualquer conexão seja engatada de forma errada, seguindo as definições de keying.

Eu realmente fiquei intrigado e curioso para aprender mais sobre esses tipos de conexão, e foi justamente o Alan, do Tranquility Base Arcade, que conseguiu descobrir que se chamam Amphenol connectors. Segundo consta, ele levou nada menos que 5 anos para conseguir um desses conectores com capa azul, pois parece que a Williams customizou um padrão de cores especialmente para os video arcades da empresa. Já o padrão de mercado eram plugs em preto ou marrom.

Enfim, essas tomadas antigas possivelmente foram descontinuadas devido ao tamanho que ocupavam, pois são um pouco maiores do que os conectores plásticos. É de se imaginar, também, que sejam mais complexas de montar, mas falo isso sem ter desmontado uma para conferir.

Outra peça bastante incomum foi a barra utilizada para fixar a TV ao gabinete. Eu nunca tinha visto nada assim. Ao mesmo tempo em que é algo bem-feito e efetivo, parece completamente improvisado, o que não é de se duvidar, a começar pelo fato de que uma TV estava sendo utilizada em substituição a um monitor profissional.

E, de fato, somente após retirar o tubo foi possível perceber que realmente se tratava de uma TV doméstica. Lembrando novamente: nessa época, ainda não existiam monitores profissionais.

Outro aspecto interessante foi perceber quão bem projetada foi a prateleira de apoio da TV. As ranhuras desenhadas na madeira propiciam um encaixe perfeito no formato da base: ao correr a TV para o lado direito, ela se solta e pode ser retirada, ao passo que, deslizando-a para o lado esquerdo, ela se encaixa no trilho e não pode mais ser removida.

É possível perceber que essa prateleira estava ligeiramente abaulada, mesmo assim o encaixe estava perfeito, e escolhi mantê-la original, ainda que nesse formato.

acrílico frontal (plexiglass) estava com 2 furos em cada ponto de fixação, indicando uma reinstalação malfeita. Os únicos motivos para alguém furar duas vezes uma peça como esta são: se o parafuso utilizado estiver espanado na madeira (o que deve ser resolvido aumentando-se o calibre) ou se a pessoa não tiver os parafusos adequados em mão.

coin door, por sua vez, uma linda peça de aço inox, também tinha um mecanismo ligeiramente diferente das portas que a sucederam nos arcades da década de 80. Em vez de ser uma peça inteiriça, ela possui as abas laterais destacadas da porta central, o que eu já previa que exigiria certa atenção com relação à ordem correta no momento da montagem.

Por fim, o painel de controle estava com uma emenda prensada entre os fios, de forma que tive que cortá-los.

Esta foi uma desmontagem fácil. Os gabinetes mais antigos, dos primeiros arcades, muitas vezes possuem peças fixadas diretamente na madeira – ao contrário dos modernos, em que componentes são unidos em bases ou placas –, porém o volume de itens costuma ser menor, facilitando o trabalho de restauração.

Paddle-Ball Arcade Game by Williams - Restoration

Alguns elementos exigiriam atenção para garantir a preservação durante a reforma, entre eles, os números de série – possivelmente, um deles era de fábrica, e o outro, do operador.

Por fim, gabinete desmontado e pronto para ser levado à marcenaria.

Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são: Post Introdutório: Paddle-Ball: A Resposta da Williams ao Pong, da Atari, 01 – Difícil Negociação de um Game Raro e 02 – Chegada: A Rotina de Gabinetes Quebrados.

O próximo post é o 04 – Gabinete Restaurado com Sucesso.

Conheça o passo a passo da restauração do Arcade Paddle-Ball da Williams, através do índice dos capítulos.

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