Super Breakout #04: Desmontagem do Gabinete – Parte 1
Antes de desmontar o gabinete de um arcade para restauração, procuro realizar todos os testes possíveis. Dessa forma, é possível saber a condição de funcionamento do conjunto, para que na remontagem o resultado seja o mesmo. Além disso, algum eventual problema na parte eletrônica pode ser resolvido enquanto o gabinete segue na reforma.
A desmontagem do gabinete do arcade Super Breakout, da Atari, começou pela gaiola da placa-mãe, ou PCB cage. Uma das coisas que me impressionaram foi o tamanho desta peça – ela atravessa quase toda a profundidade do gabinete:
Curiosamente, os arcade games seguintes da Atari, como Asteroids, Black Widow e toda a geração vetorial da Atari, não usariam mais gaiolas para proteger a placa-mãe.
Achei interessante perceber que, na parte de trás da cage, havia a inscrição “SBO” como forma de identificar (possivelmente na fábrica) o componente como sendo do Super Breakout. Dentro da gaiola existem pedaços de madeira que sustentam a PCB, e tudo foi devidamente desmontado para que a parte metálica pudesse ser encaminhada para um novo banho de zinco:
O passo seguinte foi a retirada do pequeno painel de controle para liberar o acesso ao plexi e à moldura do tubo e, por sua vez, permitir a retirada do chassis do monitor. Tudo precisa ser feito na sequência correta – um componente não pode ser retirado fora de sequência.
O sanduíche de acessórios do tubo do Super Breakout é formado, nesta ordem, por: plexi ou plexiglass (como é chamado o acrílico decorativo), tinted plexi (acrílico fumê, útil para esconder marcas de burn no tubo) e plastic bezel (moldura plástica, de excelente qualidade).
Fiquei impressionado com a qualidade da moldura justamente por não ser algo comum. Afinal, este costuma ser um ponto fraco da maior parte dos gabinetes de arcade – geralmente a moldura do tubo é feita de papelão, que deforma e deteriora com o passar do tempo.
Já neste Super Breakout, é possível perceber claramente a atenção que a Atari deu aos detalhes de acabamento – parece mesmo a edição de luxo de um arcade.
Em seguida à retirada dos acabamentos, é possível proceder com a extração do chassis completo do monitor. Para isso, é preciso soltar 2 parafusos que prendem uma chapa de madeira utilizada para acabamento e mais 2 que seguram o chassis no lugar.
O monitor deste Super Breakout é o TEC TM-600, o mesmo utilizado no meu arcade Breakout. Entretanto, alguns colecionadores reportam que o monitor mais comumente encontrado neste arcade costuma ser o Wells-Gardner.
O mais interessante deste conjunto todo é o overlay, uma peça de incrível qualidade, que não apresenta nenhum sinal de perda de cores após todo esse tempo de uso. Sem contar que, ao contrário de géis ou plásticos flexíveis, este overlay foi produzido em um plástico rígido moldado à curvatura do tubo. Foi a primeira vez que tive contato com uma peça neste formato.
O gabinete, após retirada do tubo e da placa lógica, se encontrava nesta condição:
Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são Post Introdutório: A Dinastia dos Pongs, 01 – Um Achado e o Início de uma Amizade, 02 – Chegada: Mais um Gabinete Quebrado e 03 – Testes e Comparativo com o Atari 2600.
O próximo post é o 05 – Desmontagem do Gabinete: Parte 2.
