Space Invaders #10: Instalando uma Fonte de Alimentação Moderna
Chegamos ao final! Este é o último post da série de dez em que conto sobre o processo de restauração do Space Invaders japonês, da Taito. Os conteúdos anteriores são: adaptação da placa-mãe, conserto do monitor, instalação do kit Multigame e High Score Save, ajustes na iluminação, restauração do acrílico, reconstrução do monitor, restauração do overlay e da moldura, fixando o overlay e ajustando a imagem e busca final pela placa-mãe da Taito.
Ao concluir toda a restauração e ter a máquina em perfeito estado de funcionamento, resolvi fazer a adaptação da fonte de alimentação, trocando a operação da antiga fonte original, chamada de brick (tijolo), por uma fonte chaveada moderna, conhecida também como switching power supply, da marca Happ, a mais comumente utilizada nessa substituição.
Não há consenso sobre esta troca, já que muitos colecionadores sustentam que as fontes antigas, que operam em conjunto com uma placa de força, possuem um funcionamento bastante satisfatório. Muitas vezes elas são substituídas somente em caso de danos.
Entretanto, eu não queria correr riscos em uma máquina tão antiga, com uma condição delicada de placas e monitores. Desta forma, optei por instalar uma fonte moderna da Happ para garantir maior estabilidade e proteção à vida útil do arcade pelos anos seguintes.
O que me motivou a proceder com este upgrade foi que, além da fonte americana, eu consegui adquirir uma placa adaptadora específica para este modelo de arcade Taito:
Isso garante que seja possível manter um aspecto importante da originalidade da máquina – utilizar os cabos molex originais, sem danificar ou adaptar o chicote.
A instalação foi feita mantendo o switch on/off original da máquina e o perfeito funcionamento da tomada de serviços, utilizada na manutenção do arcade. Para isto, a condução da alimentação até a fonte original foi mantida, porém interrompida antes de alimentar o mecanismo da fonte em si. A força foi reconduzida para a fonte moderna, fazendo um completo bypass na placa de força, que deixou de ser utilizada:
O funcionamento final elimina uma das conexões molex, uma vez que não há mais necessidade de levar energia até a placa. Acompanhe a mudança:
Trabalhos realizados, máquina ligada e… tudo funcionando perfeitamente! Mais uma adaptação concluída e, desta vez, a restauração pode ser considerada finalizada.
Fiquei bastante satisfeito com todo o processo, consegui recuperar uma máquina que estava parada há muitos anos, aprendendo no caminho e contribuindo para a VAPS – Videogame & Arcade Preservation Society, organização da qual eu faço parte.
Praticamente uma epopéia, tanto esforço e dedicação para trazer de volta à vida essa máquina tão incrível que faz parte da história dos jogos. Meus sinceros parabéns ao Borba e a quem participou dessa restauração. No fim de tudo, fiquei com uma grande curiosidade pra saber mais sobre o sistema de espelho e reflexão que esta máquina usa e se é possível replicar pra criar uma máquina moderna, mas com esse aspecto específico. Gostaria muito de um capítulo adicional mostrando especificamente o sistema de reflexão. Sei que é trabalhoso, mas sonhar é preciso. Um grande abraço!
Garcia, que imensa satisfação falar com você novamente, obrigado pelo comentário! Recomendo que veja o post que fiz sobre o Asteroids, que é bem técnico! Este sistema de reflexão é realmente sensacional e não tem segredo algum. Porém, tem um custo de produção, pois é preciso fabricar a caixa de madeira, o cenário que vai ficar de fundo, colocar um espelho e o monitor precisa ir deitado embaixo. Com o tempo, isso deixou de ser usado porque justamente ocasiona maior trabalho para manutenção. Esse recurso era importante sobretudo quando os jogos eram em preto e branco e o cenário, bem como os overlays, eram recursos usados para dar cor, profundidade e elementos de “enfeite” ao jogo, justamente para compensar os pobres recursos gráficos limitados pela tecnologia da época. Vou fotografar melhor e te enviar quando eu desmontar a máquina novamente. Abraços.