Space Duel #3: Substituição do Monitor WG6100
Após constatar o defeito no monitor do arcade Space Duel, eu optei por removê-lo para fazer um novo teste e, se fosse o caso, providenciar o reparo. O procedimento inicial consiste em abrir o painel de controle e retirar o vidro fumê e, por trás dele, a moldura de papelão, ou cardboard bezel, que, por sinal, não estava em um bom estado de conservação.
Um achado interessante foi este bloco de rota de montagem afixado na lateral do tubo. Eu nunca tinha visto isso em um gabinete e fico me perguntando até que ponto deveria ter permanecido nela. Esse tipo de material agrega muito a um arcade original e deve ser preservado a todo custo.
Em seguida, o monitor Wells-Gardner WG6100 foi removido do gabinete e colocado em uma mesa:
Em seguida, conectei o meu arcade Black Widow ao monitor do Space Duel para verificar se com outra placa-mãe eu teria imagem.
Diante da falha, optei por remover todos os componentes do chassis: a deflection board, a HV cage e até mesmo a neck board do tubo.
Uma descoberta interessante foi constatar que este chassis foi retirado de um Tempest:
Em seguida, providenciei uma boa limpeza de todo o chassis:
Rebuild do Monitor WG6100
Ao remontar o monitor Wells-Gardner Quadrascan Color WG6100, optei por manter os transistores bottle cap do chassis, os quais eu havia testado e constatado como em bom funcionamento. Mesmo assim, escolhi retirar todos e substituir o isolador de mica por modelos mais modernos de silicone:
Em um dos transistores, o fio se partiu. Os fios de monitores geralmente são de núcleo sólido, portanto menos maleáveis do que as tramas de cobre e quebram facilmente. Eu fiz a inserção no conector na forma de gancho e, em seguida, apliquei a solda para uma fixação perfeita.
Os testes de continuidade e o “junction resistance test” são fundamentais para ter certeza de que os transistores estão funcionando corretamente. O método descrito por AndrewB em seu FAQ do WG6100 para teste de transistores consiste em verificar a passagem de corrente entre base-emitter, base-collector e collector-emitter (forward and reverse resistances) a partir do chicote, para ter certeza de que o conjunto está funcionando.
Como próximo passo, eu optei por misturar um conjunto de deflection + cage reconstruídas pelo Slackmoe com uma neck board reformada pelo AndrewB, conforme minha “reserva técnica” que explico no post epílogo do Black Widow – testando monitores vetoriais Wells-Gardner WG6100.
Antes de fixar os conectores, como de hábito, aplico pinceladas de DeoxIT em todos os pinos metálicos para melhorar a condução, evitar oxidação e facilitar encaixes/desencaixes sem forçar as soldas:
Em seguida, apesar de recém-reparada, realizei novos testes da placa defletora seguindo o FAQ do AndrewB: o primeiro teste serve para verificar a proteção da placa através do spot killer (jogo desligado) e o segundo serve para confirmar que a deflexão está acontecendo (jogo ligado), ainda com a HV cage desligada (ou seja, sem imagem no tubo):
Concluído o teste de deflexão, é hora de verificar a alta-tensão da cage, ainda sem traçar vetores (jogo desligado), para ter certeza de que está dentro dos parâmetros nominais, ou seja, menos de 20.000V:
Aí, então, ligamos o jogo e partimos para o teste final, isto é, a formação de vetores no tubo e o ajuste final da alta voltagem, que deve ficar próxima de 19.500V:
O processo de descarga do tubo CRT, para poder mover o chassis com segurança, é feito na mesma configuração de sonda: basta deixá-la ligada ao flyback e desligar o sistema, observando a descarga completa através do multímetro:
Chassis remontado com sucesso, é hora de devolvê-lo ao gabinete do Space Duel para o teste final:
Space Duel funcionando!
Agora, sim, esta “etiqueta” colada nos Estados Unidos finalmente faz sentido:
Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são: Post Introdutório: Space Duel = Asteroids 3?, 01 – Um Gabinete Quase Perfeito e 02 – Monitor Wells-Gardner com Problemas de Voltagem.
O próximo post é o 04 – AVG Chip, High Score Save e Placa Reserva.